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Vol. 12 (2025): Antropologia do Direito no Brasil: Rumos e Reflexões a partir do VIII ENADIR
"QUANDO EU ENTREI NO CRIME NÃO TINHA FACÇÃO": MULHERES, TR´ÁFICO DE DROGAS E AGÊNCIA
Universidade de São Paulo - USP
Abstract
In the past ten years, female incarceration in Brazil has grown at an accelerated rate, surpassing the male incarceration rate. Currently, Brazil ranks third in the world in terms of the number of incarcerated women, with around 56% serving sentences for drug-related offenses in 2023. The state of São Paulo stands out as having the highest number of individuals deprived of freedom, including a significant female population. Research indicates that the Primeiro Comando da Capital (PCC) exerts considerable control over the drug market and maintains dominance in the São Paulo prison system. Therefore, when exploring women’s relationships with the criminal world, it is crucial to understand how they establish and negotiate their connections with this organization. Through the concept of agency, this article investigates, via semi-structured interviews, the trajectories of three women who were serving sentences in 2021 at the Santana Women’s Penitentiary, located in São Paulo’s capital. In the final considerations, it is highlighted that, even in contexts of vulnerability and adversity, these women demonstrate decision-making capacity and action, sometimes challenging the organizational structure of the Command, showcasing their resilience and autonomy.
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