A autora é graduada em Direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana e mestre pelo Programa de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. É membro da Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais no Estado da Bahia (AATR) e atualmente trabalha como advogada e assessora jurídica do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), da Comissão Pastoral da Terra (Regional Centro Norte da Bahia) e do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Remanso.
This article analyzes the place of law in the struggle for preservation of traditional ways of life of pasture communities in Western Bahia (Jacurutu and Salobro). In order to analyse the political organization of these communities, we used the theory of public arenas by Daniel Cefaï, highlighting the way the members of the communities organized their experiences of contact with land grabbers; to the multiple motivations for engagement and the way in which the conflict was being constructed as a public issue. The study found that, for a long time, the resistance that the communities faced during the process of expropriation was being incorporated in everyday relationships, driven by the notion of respect for customs and having a predominantly local character. From 2006, with the support of Pastoral Land Commission, Rural Workers’ Union, and later of lawyers of the of Rural Workers Lawyers Association in the State of Bahia, the communities started to articulate and to insert themselves in public actions, organization, complaint, negotiation that became to be the public arena, which configured the conflict as a public problem. In this process, we found that the notion of customary and/or positive rights defense played a key role in the characterization of the confrontation during both phases of the conflict, contributing both to the engagement between the subjects as well as for the recognition of the conflict as a public issue.
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