Graduada e Licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (1971), mestrado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1981) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1988). Livre Docente em Geografia pela UNICAMP (1997). Atualmente é professor colaborar ms4- inativo - Universidade Estadual de Campinas - IFCH - Mestrado e Doutorado em Sociologia e IG- Mestrado e Doutorado em Geografia. Professor visitante na UFPB- Pós Graduação em Geografia Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana e em Sociologia Urbana atuando principalmente nos seguintes temas: cidade, espaço urbano, estatuto da cidade, habitação, ambiente, problemática ambiental urbana, movimentos populares, políticas públicas urbanas. De 1988 a 1990 foi Presidente da AGB-Associação dos Geografos Brasileiros. Representa a AGB no Forum Nacional de Reforma Urbana. Foi conselheira do Conselho das Cidades de 2006 a 2010 no segmento entidades academicas, cientificas e profissionais. Coordena Projeto de Pesquisa sobre a Problemática Urbana e Ambiental -registrado no CNPq.
O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modus operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão. Assim, é nos entremeios do que foi e como se construiu essa chacina inter-relacionada com a historicidade das chacinas em São Paulo e RMSP, suas similaridades e dessemelhanças, que esse artigo se desenha.