O artigo problematiza a categoria envolvido-com o crime, suas tramas, manobras de controle e vigilâncias. Discute-se como esta noção tem sido mobilizada na distribuição seletiva de punição das juventudes da periferia, evidenciando a trama de rotulações que põe em operação deslizamentos de sentido entre as noções de “bandido e “vulnerável”. Analisa-se ainda o acionamento de moralidades que justificam graus de “empreendedorismo” ou de gerência de si dos favelados e, por conseguinte, os seus níveis de merecimento de terapias punitivas ou de “resgate social”. A categoria envolvido-com revela uma ambição de tutela policial maximizada pelo apetite de criminalização não só dos indivíduos, mas também de seus vínculos sociais.