Os desafios do pesquisador nativo: reflexividade, triangulação e questões éticas em pesquisas qualitativas que envolvem o local de trabalho do pesquisador
Doutorando em direito pela Universidade de Brasília (2015-). Mestre em Ciência Política e bacharel em Direito, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisador Visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos da American University (2016-2017). Atualmente, é editor-adjunto da Revista da Controladoria-Geral da União. É também Auditor Federal de Finanças e Controle desde 2012. Possui experiência em pesquisa em direito constitucional, ciência política e metodologia de pesquisa em direito, com ênfase em accountability política e social, transparência pública, participação social e metodologia de pesquisa qualitativa
Este artigo explora uma situação frequente, porém pouco debatida em pesquisas jurídicas: os desafios metodológicos e éticos da realização de pesquisas nativas, em que o pesquisador trabalha profissionalmente na instituição que estuda. O objetivo do artigo é explorar as estratégias metodológicas e éticas adotadas na tese de doutorado do autor para superar vieses de pesquisas nativas qualitativas, com a finalidade de contribuir para que futuras pesquisas feitas por insiders obtenham resultados mais confiáveis. O artigo demonstra quatro estratégias utilizadas na pesquisa de campo realizada pelo autor em seu ambiente de trabalho: a reflexividade, que envolve a compreensão e reflexão sobre o próprio posicionamento epistemológico e a sua influência na coleta de dados de pesquisa; a triangulação, que diz respeito à coleta de dados em fontes diversas de diferentes níveis de análise; a adoção de critérios para seleção de casos de estudo de forma transparente e que envolva o enfrentamento de casos dissonantes, isto é, casos que não se enquadram na hipótese de pesquisa preliminar do autor; e, por fim, a adoção de cuidados éticos, tais como o anonimato, a validação do respondente e a aprovação de projeto de pesquisa no Comitê de Ética em Pesquisa
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